O ativista brasileiro Thiago Ávila está sendo deportado por Israel nesta quinta-feira (12), após mais de 72 horas de detenção. Ávila foi preso pela Marinha israelense durante uma missão humanitária com destino à Faixa de Gaza, a bordo do veleiro Madleen, que tentava romper o bloqueio marítimo imposto à região para entregar ajuda humanitária.
Segundo informações da ONG Adalah, que representa os 12 tripulantes da embarcação, ao menos seis ativistas, incluindo Ávila e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan, estão sendo levados ao aeroporto Ben-Gurion, em Tel Aviv, para expulsão. “Eles devem ser expulsos hoje (quinta-feira) ou amanhã de manhã (sexta-feira)”, informou a organização.
Prisão e greve de fome
Após recusar a deportação imediata, Ávila iniciou uma greve de fome e de água. Em resposta, autoridades israelenses o colocaram em uma cela solitária, segundo a ONG, com o objetivo de impedir que ele influenciasse os demais detidos que também resistiam à expulsão.
A Adalah denunciou que, durante a detenção, os ativistas foram submetidos a maus-tratos e medidas punitivas. “Dois foram colocados em isolamento durante certo tempo”, disse a entidade, referindo-se a Thiago Ávila e Rima Hassan.
A prisão ocorreu na segunda-feira (10), quando a Marinha de Israel interceptou o veleiro a cerca de 185 quilômetros da costa de Gaza. A embarcação havia partido da Itália no dia 1º de junho com uma tripulação formada por ativistas de diversas nacionalidades.
Apoio consular
Apesar da detenção, o brasileiro recebeu assistência consular da embaixada do Brasil em Tel Aviv, segundo informou a Rádio França Internacional (RFI). Questionado sobre o caso, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou apenas que “devido a questões de privacidade, não abordamos informações individuais dos detidos”.
Proibição de entrada em Israel
A ONG Adalah informou que todos os 12 integrantes do grupo estão proibidos de entrar em Israel pelos próximos 100 anos. Quatro dos ativistas, a sueca Greta Thunberg, dois cidadãos ses e um espanhol, aceitaram a deportação voluntária e já retornaram aos seus países de origem na última terça-feira (11).
A missão humanitária do Madleen teve como foco denunciar o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza e entregar suprimentos à população civil. As autoridades israelenses não divulgaram informações detalhadas sobre o destino final dos mantimentos que seriam levados à região.